31/03/2009

Três apresentações

Três apresentações do romance «Uma Noite com o Fogo»:
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- Quarta-feira, 01 de Abril, 18h30, na Livraria Bertrand da Avenida de Roma, em Lisboa (apresentação de Carlos Pinto Coelho);
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- Quinta-feira, 02 de Abril, 21h30, na Biblioteca Municipal de Loulé (apresentação de Adriana Freire Nogueira);
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- Sexta-feira, 24 Abril, 21h30, na Livraria Pátio das Letras, em Faro (apresentação de José Vilhena Mesquita).
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27/03/2009

Uma recomendação

Pequeno texto, de Sílvia Souto Cunha, saído na revista «Visão» (26.03.09, «livros recomendados»), sobre o romance «Uma Noite com o Fogo».
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Diz o autor que este livro vivia dentro dele há anos. Como a casa da infância, apetece dizer. Um livro que foi acordado por uma notícia na televisão: o lugar da sua infância estava cercado pelas chamas. Daqui se parte para um conflito ficcional com as labaredas que têm devastado Portugal (e não só) como um súbito inimigo. Por entre estevas, eucaliptal, montanhas a arderem, descreve-se o confronto desigual de pequenos Davids, armados de enxadas e baldes, contra Golias. De perto, sem o filtro protector do rodapé noticioso.
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22/03/2009

O que fazer?

(Fotos de Rui André, Verão de 2003)
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21/03/2009

Pequeno texto

Pequeno texto de Fernando Sobral sobre o romance «Uma Noite com o Fogo». Foi publicado ontem no «Jornal de Negócios».
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O fogo tudo destrói e tudo pode ajudar a reconstruir. Mas o fogo é, também, a dor instalada na alma dos homens. Tudo isso parece transparecer neste livro de António Manuel Venda, um dos mais talentosos romancistas nacionais dos últimos anos. A escrita de Venda é uma homenagem a um mundo que vai desaparecendo em Portugal (o interior), mas não é um imenso adeus. É uma despedida, sempre a penúltima, porque a ele regressa sempre, como o narrador deste livro. O fogo encurrala-o nas suas memórias de um tempo antes dele. O olhar do narrador é digital: os pormenores dos sentimentos profundos dos homens estão todos lá. O fogo queima e ilumina a escrita de Venda.
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19/03/2009

Um texto

Um texto sobre o romance «Uma Noite com o Fogo» foi publicado aqui, no «Diário Digital». É da autoria do jornalista Pedro Justino Alves.
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Por dentro dos incêndios
«Uma Noite com o Fogo», obra de António Manuel Venda editada pela Quetzal, aborda um tema pouco comum na nossa literatura, embora seja um tema frequente nas nossas vidas pelo menos durante os meses quentes do ano: os incêndios. Só por isso já merece um destaque…
Falar de um assunto que afecta milhares de pessoas, directa e indirectamente, não é tarefa fácil. Ainda mais quando o assunto deixa marcas profundas em quem viveu essas experiências. Infelizmente, os incêndios são tema recorrente nos noticiários nacionais, principalmente no pico do Verão, quando, atónitos, ouvimos de tudo um pouco, críticas, palavras de esperança, desespero e, muitas vezes, apenas silêncio, silêncio daqueles que não compreendem porque estão a viver um autêntico inferno.
«Uma Noite com o Fogo» consegue transmitir um pouco desse drama, já que a sua totalidade só saberá aquele que o viveu. E, por muito que se domine a arte de juntar palavras, nunca ninguém será capaz de transmitir verdadeiramente aquilo que sentiu.
O livro decorre numa única noite. Depois de ver pela televisão o local onde passou a sua infância atacado pelo fogo, o narrador parte de imediato ao encontro das suas raízes. Não sabe por quê, responde apenas a um impulso, mas parte. O primeiro impacto com o fogo, talvez o principal personagem do livro, surge no mesmo local onde dias antes tinha ficado parado devido à passagem de um rebanho de ovelhas, num dia calmo, «(uma viagem) interrompida tantas vezes só porque me apetecia ficar a observar alguma coisa, ou tirar uma fotografia…» (página 11)
«Uma Noite com o Fogo» vive essencialmente das memórias do narrador, da dor de ver parte da sua infância tomada pelo fogo e da sua luta por manter vivo o que as chamas anseiam por destruir.
Quando chega ao seu destino, dá-se a desilusão de se encontrar sozinho, sem «carros de bombeiros, ou de particulares que andassem também no combate às chamas; até algumas viaturas distintas de políticos nem por sonhos dignos de distinção, ou algum helicóptero mais destemido para se aventurar à noite pelos ares pintados de vermelho. E jornalistas, também jornalistas, sobretudo se houvesse políticos. Mas não. Nada. Ninguém.» (páginas 15/ 16)
A dor, a raiva e o desespero invariavelmente aumentam, ainda mais porque o narrador procura o seu irmão, que também está a combater o fogo no mesmo local, mas não no mesmo espaço que ele. Se antes o silêncio nocturno dominava o monte, agora é o barulho do mato a arder que comanda os seus pensamentos, que vagueiam pelas memórias das dores da avó, pela ponte que unia os montes, a fobia de apanhar uma chave, o cheiro da azenha, os estudos…
«Uma Noite com o Fogo» questiona também as decisões dos bombeiros e as «baboseiras» dos políticos, sempre ávidos de aparecerem. Nas páginas 56/ 57 o autor coloca uma pergunta que alimenta muitas mentes que já viveram o drama dos incêndios:
«Como era possível deixar o fogo à solta, esperá-lo apenas no recato das estradas nacionais, no alcatrão por onde fugir seria apenas uma questão de segundos? Esperá-lo aí, num descanso, até que ele chegasse, depois de tudo ter queimado, deixando atrás de si o chão coberto de cinza e troncos das árvores que fossem capazes de aguentar-se de pé, todos secos, com as pernadas que conseguissem manter, secas elas também, até com as folhas que se aguentassem, inevitavelmente secas? Quase a superfície de outro planeta, isso deixaria o fogo atrás de si…»
Após encontrar o irmão, ambos partem para essa luta solitária contra o fogo, semelhante à de milhares de outros que nos incêndios que têm devastado o país procuram combater o monstro de inúmeros tentáculos, que absorve tudo à sua frente.
O livro é antes de tudo um grito de raiva contra a incapacidade política para resolver uma questão que todos já sabem que se irá repetir, um grito de revolta perante aquilo que os incêndios roubam às vidas das pessoas.
Principalmente o seu passado…
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13/03/2009

Apresentação em Lisboa

É já no próximo dia um de Abril, ao fim da tarde (18h30), na Bertrand da Avenida de Roma. Apresentação de Carlos Pinto Coelho. Apesar da data, é mesmo verdade.
(clicar na imagem para aumentar)

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10/03/2009

Um comentário

Recebido por e-mail, do meu amigo Mário Ceitil, que já leu o romance «Uma Noite com o Fogo».
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A sensação que me fica é a de que é realmente preciso ter imaginação para fazer um romance sobre um episódio de incêndio. Por outro lado, é muito curiosa a maneira como é colocado o fogo como elemento desencadeador do «incêndio mnésico» do autor, como se a desordem e o caos exterior «ateassem» o fluxo emocional e o fizessem irromper pelos territórios da memória.
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07/03/2009

«Uma Noite com o Fogo» e «A Viagem do Elefante»

Ver aqui (primeiro comentário).
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A equipa de reportagem

Estava intrigado com o que tinha visto na televisão, em casa, transmitido em directo pouco mais de duas horas antes. De onde teria sido? De que monte? Teria sido mesmo daquela zona onde eu agora me encontrava, e a equipa de reportagem já se tinha ido embora?
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Excerto de «Uma Noite com o Fogo», pág. 16
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(Fotos de Rui André, Verão de 2003)
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04/03/2009

Autógrafos

Sessão de autógrafos do romance «Uma Noite com o Fogo», esta sexta-feira (21h30), na Feira do Livro do Fórum Montijo (livraria Bertrand).
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Mais referências

Mais referências a este blogue. De Luís Naves no «Corta-fitas», com palavras muito simpáticas, de Tomás Vasques no «Hoje Há Conquilhas...» e dos «Blogtailors». Muito obrigado a todos pela ajuda na divulgação do romance «Uma Noite com o Fogo».
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03/03/2009

Como um leitor viu o romance «Uma Noite com o Fogo»

Texto recebido por e-mail, de um leitor de «Uma Noite com o Fogo», visita frequente (e comentador) do meu blogue «Floresta do Sul».
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Até Quinta-feira passada, de todos os livros do autor, apenas tinha conseguido encontrar à venda os romances «O que Entra nos Livros» e «O Medo Longe de Ti». Por determinadas circunstâncias, acabei por ler esses livros por ordem inversa ao que seria desejável (primeiro «O que Entra nos Livros» e depois o outro). Gostei de ambos, muito especialmente de «O que Entra nos Livros».
Logo que li as primeiras páginas de «Uma Noite com o Fogo», apercebi-me de que estava perante uma obra extremamente bem conseguida, a vários títulos.
Cabe aqui referir que a minha apreciação é a de um simples leitor, que embora tenha lido muito desde muito novo não tem qualquer qualificação para ser crítico no sentido específico do termo.
Lembro-me muitíssimo bem das reportagens feitas na televisão, relativamente à tragédia de que trata o romance, até porque isso se passou pouco tempo depois da morte da minha mãe, que funciona como referência temporal. Para além da violência do fogo, retenho o drama de pessoas forçadas a abandonar as suas casas – algumas com muita idade – e de outras a lutarem até ao último momento para as defender.
Achei que o tema foi bem ‘agarrado’ logo desde o prólogo, com a ideia do «cinema circular» e onde verdadeiramente a história começa.
A autenticidade é evidente e não poderia ser maior. A escrita é austera, despida de adjectivações; numa palavra: escorreita. Não obstante, consegue ser comovente quando evoca as lembranças da infância, especialmente aquela subida dramática de um monte com a avó que se arrastava com dores.
A alternância entre o ‘filme’, no presente, e as lembranças de um passado já distante, acabam por se completar harmoniosamente, ao mesmo tempo que conferem profundidade à obra.
O livro, todo ele escrito na primeira pessoa, não faz uso – se bem me recordo – de qualquer diálogo, o que lhe imprime um ritmo por vezes alucinante, nos momentos de grande expectativa (suspense), especialmente naquela fase em que o narrador perde, durante algum tempo, o contacto visual com o irmão, numa situação que poderia pressagiar o pior.
O fogo está muito bem descrito nas suas diversas fases, consoante a orografia e o ‘material’ que vai encontrando pela frente, sendo de realçar a grande economia de meios (palavras) com que essa descrição é feita.
Para além do mais, o tema é indiscutivelmente de grande actualidade e interesse social; e a meu ver é pouco abordado na nossa literatura.
Não falta lá, sequer, o libelo acusatório contra os políticos e outros (ir)responsáveis/ incompetentes, que para além de nada fazerem ainda aproveitam a circunstância para engrossarem a campanha eleitoral em que estão permanente mergulhados – é essa a sua principal, para não dizer única, preocupação. E é justamente aqui que eu me atrevo a fazer o único reparo ao livro. Sem ter qualquer dúvida quanto à justeza da acusação, parece-me todavia que deveria ser um pouco mais económica no espaço que lhe é dedicado e muito mais dura no que concerne aos termos usados.
Para eles, só curto e grosso (é o meu estado de espírito, claro).
Se eu fosse produtor cinematográfico, investiria numa adaptação deste livro ao cinema, jogando na alternância entre as cenas ‘actuais’ e as evocações da infância.
Manuel Ramalhete
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01/03/2009

A linha de fogo

Uma linha quase contínua de fogo, naquela zona talvez com meio metro de altura, a progredir lentamente. Pensei que se parasse o carro e saísse para começar a apagá-la com ramagem dos eucaliptos novos, em dois ou três quartos de hora haveria de conseguir resolver o problema talvez nuns cem metros (...)

Excerto de «Uma Noite com o Fogo», pág. 16

(Fotos de Rui André, Verão de 2003)
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